Escola da rede pública
de Educação do Estado de São Paulo, obtém resultados efetivamente relevantes na
utilização de recursos tecnológicos, como ferramenta pedagógica no processo de
ensino-aprendizagem para alunos cegos.
O trabalho do programa
de inclusão, que utiliza softwares e aplicativos desenvolvidos especificamente para
alunos com deficiência visual, se iniciou no ano letivo de 2017 na Escola
Estadual Prof. Armando Bergamo no município de Betúnia/BK, que conta com diversos
alunos portadores de necessidades especiais, dentre os quais três com deficiência
visual.
De acordo com a
coordenadora Professora Segunda Margoni, as tecnologias adotadas recentemente
demonstraram um salto no rendimento escolar e participação efetiva dos alunos
nas aulas das diferentes disciplinas do 6º ano do ensino fundamental II, maior comprometimento
dos alunos e a percepção de melhora dos aspectos cognitivo-motores bem como,
afetivo-sociais dos mesmos, proporcionando inclusão com integração no processo
educacional.
Foram disponibilizados
aos alunos quatro aplicativos adquiridos gratuitamente. O Blind Tool “criado pelo cientista da computação
Joseph Cohen, pesquisador da Universidade de Massachusetts, aplicativo que
reconhece objetos.
Funciona da seguinte maneira: o usuário deve apontar o
celular para seu entorno até senti-lo vibrar. Isso significa que o aplicativo
detectou um objeto reconhecível e pode verbalizar qual é. Essa leitura de
objetos tridimensionais é feita por uma rede neural artificial capaz de
relacionar o que está diante da câmera do aparelho com imagens armazenadas em
um banco de dados, buscando semelhanças. O sistema, claro, está sujeito a
erros, mas é programado para descrever o objeto apenas se há possibilidade de
ao menos 30% de acerto. O BilndTool é gratuito e está disponível para sistema
Android no Google Play.”
Outro recurso
é o “Be my eyes um aplicativo especialmente interessante,
pois permite que pessoas que enxergam ajudem cegos a resolver problemas
pontuais, como ler uma etiqueta, um rótulo, uma conta etc. Ao se cadastrar no
sistema, o usuário pode atuar como voluntário ou como alguém que precisa de
auxílio. Este envia imagens em vídeo do que precisa ver; a outra pessoa
responde por escrito e o aplicativo verbaliza. Be my eyes pode ser baixado gratuitamente para iPhone no iTunes.”
E o “Color ID disponível
para iPhone e Android, é
capaz de reconhecer os mais variados tons de cores e verbalizar (em inglês e
português) para o usuário. Pode ajudar pessoas com baixa visão a descobrir, por
exemplo, a cor da roupa que pretende usar ou se uma fruta ainda não está madura”.
Tecnologia também gratuita.
E por fim o software Movimentalize,
que narra todas as apostilas e livros didáticos, com atividades interativas e
lúdicas para que o aluno desenvolva efetivamente suas competências e
habilidades exigidas para cada disciplina.
Ao conversar com a aluna Vitória do 6º
Ano, pode-se ter a real proporção do impacto destas tecnologias em seu cotidiano
escolar: “Antes eu tinha muita dificuldade de realizar as atividades que os
professores me passavam, porque a escola não tinha livros em braile e eu não
conseguia acompanhar muito bem as aulas. Agora todas as lições são faladas e
posso responder a atividades com os programas só apertando os botões.”
Quando perguntada sobre suas preferências
na escola, ela foi enfática: “Minhas aulas favoritas são de Educação Física,
porque posso ir para quadra e praticar atividades e movimentos ao ar livre, eu
gosto de correr e aula passada fizemos um Bilboquê com reciclagem, o professor
sempre traz um jogo novo e fazemos juntos na quadra”.
É inegável que as novas tecnologias
proporcionam um universo inexplorado e com potencial ilimitado para o
desenvolvimento da sociedade e seus indivíduos. A utilização de tais recursos
em sala de aula é uma prova de quão benéficas podem ser tais inovações, se bem
desenvolvidas, democratizadas e aplicadas com compromisso ético, crítico-reflexivo
e humanizador, para a conquista da cidadania, e definitiva autonomia dos alunos.
(notícia ficcional criada para um trabalho acadêmico)